Cotton Trip 2025 promove imersão na cadeia do algodão e reforça compromisso com sustentabilidade

Cotton Trip 2025 promove imersão na cadeia do algodão e reforça compromisso com sustentabilidade

Iniciativa da Abrapa e do movimento Sou de Algodão levou representantes do governo e parceiros internacionais a conhecer de perto a produção da fibra no Brasil

Em um esforço para ampliar a transparência e fortalecer o diálogo entre a cotonicultura brasileira e seus principais interlocutores, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), junto com o movimento Sou de Algodão, realizou, na última sexta-feira, 18/07, um dia de Cotton Trip voltado a representantes do governo brasileiro e instituições internacionais. A viagem técnica ofereceu uma imersão completa na cadeia produtiva do algodão, com foco nos pilares de sustentabilidade, rastreabilidade e qualidade que definem a atuação do setor no Brasil.

E na última quarta-feira (16) um dia de campo exclusivo com representantes de marcas parceiras. A imersão aconteceu em Cristalina (GO), na Fazenda Pamplona do Grupo SLC Agrícola, e reuniu cerca de 30 convidados de 27 marcas, além de dois representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Estiveram presentes representantes das marcas Aramis, Veste S.A Estilo, C&A, Renner, Pernambucanas, Riachuelo, Calvin Klein, Teka, Emy Têxtil, UniAlpha Uniformes, Alpha Uniformes, Pangeia, FAU Estonados, Malha do Campo, Faciliti Moda Pós-Cirúrgica, Almagrino, Azzas2154 e Grupo Soma.

A iniciativa, que acontece desde 2018, tem como proposta mostrar a realidade do campo e desmistificar o processo produtivo da fibra natural. Na edição de 2025, os participantes visitaram a Fazenda Pamplona, unidade da SLC Agrícola no estado de Goiás. Durante o trajeto, puderam acompanhar desde o cultivo e colheita do algodão até as etapas de beneficiamento e controle de qualidade. A agenda foi concluída com uma visita ao laboratório da Abrapa, em Brasília.

“O Sou de Algodão foi criado para aproximar o consumidor final da nossa fibra, mas também tem um papel estratégico na construção de pontes com o setor público. A Cotton Trip é uma extensão disso, mostra o algodão como ele é, com responsabilidade, inovação e compromisso ambiental”, afirma o diretor executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero.

Além das visitas técnicas, o grupo participou de palestras com lideranças da entidade e conversas sobre os desafios do setor, especialmente em um cenário de crescimento nas exportações e aumento da demanda por práticas agrícolas sustentáveis. Temas como agricultura regenerativa, safra recorde e geopolítica global marcaram esse dia.

Presença institucional fortalece diálogo com o setor público

A viagem contou com a presença de representantes de órgãos federais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Para a coordenadora de defensivos agrícolas do Ibama, Cristiane Dias, a visita foi uma ótima oportunidade para entender os desafios da cotonicultura. “É excelente ter a oportunidade de conversar com quem está produzindo, e tirar dúvidas sobre o manejo e o cultivo do algodão para entender quais são os principais desafios. Assim nós podemos encontrar soluções para resolver o problema do agricultor e também proteger o meio-ambiente.”, afirmou.

Do cenário internacional, participaram delegações da Confederação Colombiana de Algodão (Conalgodón), da organização ambientalista WWF, das embaixadas da França, Indonésia e Vietnã, além de representantes do Diálogo Agropolítico Brasil-Alemanha, um mecanismo de cooperação bilateral focado no desenvolvimento sustentável da agricultura.

Segundo a Diretora de Relações Corporativas da WWF no Brasil, Daniela Teston, “A visita de campo foi muito interessante porque mostra que é possível produzir com conservação e gerar resultados econômicos, respeitando as pessoas e tendo todo cuidado com a questão da agricultura regenerativa.” Para Teston, outro ponto que chamou atenção foi o cuidado com o solo, de acordo com ela “a preservação do solo é muito importante dentro de um contexto de sustentabilidade”. Para ela a Cotton Trip mostrou um lado do algodão que não é muito visto, “É um bom exemplo que pode ser difundido e disseminado. É isso que a gente quer ver, uma agricultura regenerativa, inclusiva e econômica”.

Com ações como a Cotton Trip e o fortalecimento do movimento Sou de Algodão, a Abrapa aposta no engajamento direto com formadores de opinião e tomadores de decisão para consolidar a imagem do algodão brasileiro como um produto de alto valor agregado, rastreável e sustentável, do campo ao consumidor.

Algodão brasileiro em alta

O Brasil é hoje o maior exportador mundial de algodão e um dos únicos países a produzir a fibra em escala comercial com rastreabilidade de qualidade e origem. Mais de 80% da produção nacional conta com certificação socioambiental voluntária, o que reforça o compromisso do setor com práticas inovadoras e responsáveis.

Para o movimento Sou de Algodão, que tem ganhado protagonismo nacional ao promover o consumo consciente da fibra e estimular práticas responsáveis na moda e na indústria têxtil, a realização da Cotton Trip reforça seu papel na cadeia produtiva do algodão. A ação também faz parte da estratégia da Abrapa de posicionar a fibra brasileira como referência global em sustentabilidade, qualidade e governança.

Fonte: Abrapa